Culto Cristocêntrico à Luz das Escrituras (6ª parte) - Considerações Finais

“Se não há culto na vida, não pode haver vida no culto”, resume bem o caráter dessa pesquisa. O culto, porém, deve ser novamente repensado à luz das Escrituras, visto que está constantemente sofrendo mudanças, das mais sutis às mais explicitas, uma vez que o entretenimento, o barulho desmedido como resultado das emoções descontroladas, a desordem como conseqüência de uma pseudo espiritualidade, bem como seu caráter antropocêntrico têm contribuído para uma reflexão que não pode em hipótese alguma limitar-se aos ambientes acadêmicos, devendo, igualmente, tal reflexão alcançar os púlpitos de muitas denominações evangélicas.

O resgate de uma cristocentricidade nos nossos cultos por meio dos louvores e da exposição da Palavra de Deus é de fundamental importância para que a igreja de Cristo seja curada de um mal que vem se espalhando na mente de muitos líderes evangélicos, a saber, o vício de sempre se voltar para a prática de uma religião retributiva, onde se serve a Deus, não por Deus, mas pelos interesses no que Deus pode dar.

Por outro lado, o reflexo de tal mentalidade tem tornado os crentes atuais em pessoas cada vez mais individualistas, interesseiras e arrogantes, visto que tal fé, nega a fé evangélica conforme a Escritura, bem como o conceito de culto revelado por Deus. Concomitantemente o vazio litúrgico tem se mostrado cada vez mais próximo de nós, e, talvez isso explique o desinteresse de muitas denominações em se envolverem em ações sociais. E, quando há envolvimento, há com o interesse de se fazer proselitismo e não, conforme se pode perceber na pesquisa, como resultado de uma natureza transformada por Jesus e que encontra em Jesus mesmo o caminho para tais ações, logo, um culto vivo é um culto aceito pelo Deus vivo. Quando o culto é aceito, significa que Deus se faz presente em glória envolvendo toda a comunidade com a sua presença. Neste ambiente eclesiástico onde se cultua, agora é Deus quem nos serve. E ele o faz porque vê em nós uma vida cúltica. Porque O servimos durante a semana amando nosso próximo com boas obras – práxis – e agora nos reunimos para lhe prestar a adoração e o culto que deve ser única e exclusivamente voltado para ele conforme se vê em Mateus, capítulo 4, versículo 10: “Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” e/ou “darás culto”.