A Paz que a Minha Culpa Traz

11/06/2012 19:57

 

Trago comigo uma culpa pacífica. Ora, não me julguem, quem nunca sentiu-se culpado? Talvez a nossa diferença seja que a minha culpa não me perturba, e aqui faço menção do texto bíblico que diz “bem aventurado é o homem que não se condena naquilo que ele aprova”. Eu aprovo a minha culpa. Sim, aprovo porque para mim ela cala na minha consciência fortalecendo a fé; e, também se faz ouvir na manifestação dessa mesma fé. Logo, sou culpado da fé que carrego por acreditar não apenas naquilo que o Evangelho é, mas também por acreditar naquilo que ele não é.

O Evangelho não é o que dizem Evangelho ser. O Ev-anjo-elho é angelical e o anjo anunciador é a própria encarnação da Palavra (Jesus). O Ev-anjo-elho não é o ev-anjo(caído)-elho – logo, um demônio – que nos é apresentado cotidianamente como essa má notícia que sobrecarrega a pessoa de culpa.

Ao conhecer o Evangelho fui liberto da culpa do pecado que me torturava por dentro, mas por outro lado me tornou culpado da fé que está Cristo-alizada em mim.

Sou culpado por não acreditar que os dentes dos filhos ficam embotados pelo fato de os pais comerem uvas verdes;

Sou culpado por não acreditar nessa “boa nova” que de fato é uma novidade, mas por acreditar naquela Boa Nova que não é nova, é sim, mais antiga que o tempo, visto que o Cordeiro foi imolado antes da fundação do mundo bem como a escolha dos eleitos também fora feita antes dos tempos dos séculos;

Sou culpado por não acreditar nesse “evangelho” das barganhas, da venda de “indulgências”, dos dízimos e ofertas como termômetro da fidelidade do fiel;

Sou culpado... apenas culpado...

Culpado por crer na Graça Soberana que se plenificou na cruz;

Culpado por crer que minhas justiças são como trapos de imundícia e que diante da Graça elas não têm valor algum;

Culpado por crer que Deus em Sua Soberania amou Jacó e aborreceu Esaú, e que nem por isso Ele é injusto, visto que se compadece de quem quer, e usa de misericórdia com quiser usar de misericórdia, portanto, seja sempre Deus verdadeiro e todo homem – inclusive eu – mentiroso;

Culpado por crer que na cruz todas as minhas dívidas são canceladas e que não importa o que os homens com suas doutrinas digam para me convencer do contrário;

Culpado por crer que sou conduzido pelo vento do Espírito e não me deixo enganar pelos ventos de doutrinas;

Sou culpado... apenas culpado...

Mas creia-me: é uma culpa gostosa de se sentir. É uma culpa que me impulsiona a crer mais e mais. É uma culpa que “cauterizou” a minha fé. Sim, estou com a fé “cauterizada” e por isso não me arrependo do que creio, pois foi mediante essa fé, que a minha consciência foi (des)cauterizada de todo o pecado. E, como não podia deixar de ser, tenho paz com Deus pela culpa da fé que carrego.

A culpa é somente minha, uma vez que a fé não é de todos. Sou culpado... Tenho culpa... Tenho paz...

A paz que a minha culpa traz... A culpa de crer assim... A culpa de ser assim... Pela fé no Príncipe da paz.

 

Sempre em Cristo... em quem temos a verdadeira paz.

Joacy Júnior.

 

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